sábado, 16 de março de 2013

DESCUBRO MINHA VERDADEIRA MANEIRA DE SER

Olá Povo de Deus,
Este texto é uma lenda que nos ajudará a entendermos alguma coisa sobre nossas vidas.
Ótimo texto para trabalhar com jovens. 

DESCUBRO MINHA VERDADEIRA MANEIRA DE SER

            “Há muitos anos, numa aldeia africana, o povo estava morrendo de sede. Manuela, adolescente, vendo morrer os seus familiares, resolveu partir à procura de água. 'Andar... andar... até encontrar água... mesmo que eu tenha de morrer!', pensava ela.
            De madrugada. Antes do Sol se levantar, ela saiu carregando na cabeça um pote.
            Andou muito, muito...
            O sol já esquentava bastante quando começou a ouvir muito barulho. De repente ouviu uma voz que gritava: 'Manuela, onde você vai?' – 'Buscar água', respondeu. Olhou para trás e viu um macaco e, atrás dele, muitos macacos que dançavam, riam, cantavam e comiam. O macaco que a chamara lhe disse: 'Água!... Você procura água...! Sei onde tem... Não se preocupe! O importante não é procurar água, mas divertir-se, dançar, rir,. Venha conosco divertir-se... depois nós lhe diremos onde há um poço'.
            Manuela aceitou o convite e divertiu-se até de madrugada... Mas, durante todo este tempo, o coração dela ficava preocupado, pensando na água de que o povo precisava. De madrugada, os macacos mostraram um sítio e disseram: 'Atrevesse este sítio, e, do outro lado, você encontrará o poço'. Manuela partiu feliz, com o pote na cabeça. Atravessou o sítio, mas não encontrou o poço. Os macacos a tinham enganado.
            Chorando, continuou a caminhada.
            'Andar... andar... até encontrar água... mesmo que eu tenha de morrer'!
            Já fazia muito tempo que estava andando, quando, de repente, ouviu passos. Olhou. Uma pantera a seguia: 'Manuela, onde você vai?' – 'Procurar água', respondeu. A pantera lhe disse então: 'Água...! Você procura água! Sei onde tem, não é difícil achar... não se preocupe!... Pro que preocupar-se?... O essencial não é procurar água, é ser bonita, é aparecer. Olhe minha roupa; ela é bonita. Venha ver minhas amigas; elas são maravilhosas, como eu. Venha vestir-se para ficar bonita e depois a gente lhe dirá onde há um poço!...'
            Manuela ficou a noite inteira olhando roupas e vestindo-se. Gostou de ser admirada, mas, durante este tempo, o coração dela ficava preocupado, pensando na água de que o povo precisava.
            De madrugada, as panteras lhe mostraram uma mata e lhe disseram: 'Atravesse essa mata e, do outro lado, você encontrará um poço!' Manuela partiu feliz, com o pote na cabeça. Atravessou a mata, mas não encontrou o polo. As panteras a haviam enganado. Chorando, ela continuou na longa caminhada. 'Andar... andar... até encontrar água, mesmo que eu tenha de morrer!'
            Ela já estava andando há muito tempo, quando chegou a um formigueiro. As formigas gritaram: 'Manuela, onde você vai?' – 'Procurar água'. As formigas lhe disseram: 'Água... Você procura água!... Mas nós sabemos onde tem. É fácil encontrar... Não se preocupe... Por que preocupar-se?! O essencial não é procurar a água, mas trabalhar junto, construir uma sociedade bem organizada. Olhe a nossa... Todos sabem o que tem que fazer e o fazem em conjunto... Venha conosco. Venha descobrir como nossa sociedade está organizada!...'
            Manuela ficou a noite inteira trabalhando com as formigas e procurando entender a organização delas... Mas, durante todo este tempo, o coração dela ficava preocupado, pensando na água de que o povo precisava.
            De madrugada, as formigas lhe mostraram uma pequena montanha e disseram: 'Vá até a montanha. Suba e, do outro lado, você encontrará um poço!' Manuela partiu feliz, com o pote na cabeça...
            Ela chegou a montanha, subiu e, do outro lado, nada encontrou... Não havia poço. As formigas a tinha enganado... Ela chorou.
            Foi um coelho que encontrou Manuela chorando. (Todos sabem que ele tem orelhas grandes para escutar bem.) Ele soube escutar Manuela. – 'Manuela, porque você chora?' – 'As formigas me enganaram e, antes delas, as panteras e os macacos. Todos me enganaram: me prometeram água, mas o meu pote está ainda vazio'.
            O coelho perguntou-lhe: 'Onde você mora?' – 'Bem longe daqui... Do outro lado da montanha' – 'Pois bem!', disse o coelho.
            Colocando então as orelhas entre suas patas, o coelho refletiu e disse: 'Manuela, você não sabe o que há no lugar abandonado da sua casa?... Embaixo dos potes quebrados, embaixo das pedras... Seus pais, não lhe contaram nada?' Manuela respondeu que não. Então, o coelho lhe disse: 'Quero que você saiba tudo'.
            Logo o coelho chamou todos os seus amigos e disse: 'Tomem Manuela e seu pote e sigam-me'. A volta para casa foi rápida. Quando chegaram em casa, Manuela e todos os coelhos tiraram as pedras e os potes quebrados. Os coelhos rasparam o chão. Rapidamente, eles descobriram um poço. Manuela inclinou-se e viu, no fundo do poço, seu rosto. Tomos seu pote, tirou água e deu a todos os membros de sua família, sem esquecer seus amigos, os coelhos.”


Questões  para uma interpretação do texto:

*Quem são os macacos, as panteras, as formigas, os coelhos no nosso mundo?
*O que significa esta procura de água?
*Quem nos ajuda a encontrar a verdadeira água? 

2 comentários:

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